Responsável por 27,6% do PIB nacional, é claro que a agropecuária é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Então vamos entender melhor o cenário e levantar os impactos ambientais?
Quando falamos em agronegócio, falamos da utilização de espaços rurais para o plantio, agricultura e criação de animais, a pecuária.
O Brasil ocupa hoje o terceiro maior país nessa atividade, ficando atrás somente dos Estados Unidos e União Europeia, e isso se deu pela mecanização do campo e pela expansão da fronteira agrícola.
“É uma atividade que se encontra em plena expansão, mesmo durante a crise que o país atravessou. Nos últimos quarenta anos, a área cultivada cresceu* cerca de 53%. Dos 851 milhões de hectares que o Brasil possui, cerca de 329,9 milhões estão ocupados por propriedades rurais, e a produtividade passou de 1.258 kg por hectare para 3.484 kg.” (Fonte: brasilescola.uol.com.br)
Esses números são animadores quando se olha de uma perspectiva econômica e, ao que tudo indica, o Brasil só tende a crescer mais nessa atividade. Quando olhamos pela perspectiva do meio ambiente, no entanto, esse cenário não fica nada animador. Em busca do alto lucro, muitas empresas desrespeitam as normas e legislações ambientais, explorando o ambiente sem qualquer preocupação com a consequência que isso terá no futuro.
São muitos os impactos que isso causa no nosso meio ambiente. O desmatamento seria o primeiro e o mais comum deles. Grande parte de matas nativas são desmatadas para dar lugar a plantações ou criações de animais. Por conta desse desmatamento, a Mata Atlântica e o Cerrado já estão na lista mundial de biomas com grande possibilidade de extinção. A floresta Amazônica e Pantanal também correm esse risco, caso continuem sofrendo desmatamento como está acontecendo. Vocês podem acompanhar a quantidade de desmatamento no site: http://www.inpe.br/faq/index.php?pai=6http://www.inpe.br/faq/index.php?pai=6
O desmatamento também afeta drasticamente a biodiversidade, causando a extinção de muitas espécies da fauna e da flora. https://playrecycling.green/conheca-as-10-especies-que-estao-em-extincao-no-planeta/
Uma das técnicas de liberação de espaço na agricultura é a queima de biomassa, poluindo o ar, gerando problemas respiratórios nas pessoas e animais, além de liberar CO2 em grande quantidade, um dos gases responsável pelo efeito estufa.
Segundo o relatório anual do Observatório do Clima, o Brasil emitiu em 2020 em torno de 9,6% a mais de gases de efeito estufa quando comparado a 2019. Acima de tudo, cerca de 70% das emissões têm como causa a agropecuária e mudanças no uso do solo. (fonte: 123ecos.com.br)
A degradação do solo é outro impacto que a agropecuária gera. Por conta de técnicas de cultivo inadequadas, do uso de máquinas e da não rotatividade dos tipos de plantações cultivadas, há um esgotamento de nutrientes no solo, o que acaba gerando uma erosão e acelerando o processo de desertificação.
O esgotamento de mananciais também é uma realidade, pois utiliza-se uma grande quantidade de água para manutenção de espaços agropecuários.
“Para se ter uma noção, na produção de milho, gastam-se 1750 litros por quilo produzido. Já para a produção de carne no Brasil, gastam-se, em média, 4325 litros por quilo de frango, 15.400 litros por quilo de carne bovina e 10.400 litros para cada quilo de carne suína.” (Fonte: brasilescola.uol.com.br)
O solo, o ar e a água também sofrem uma contaminação por conta dos agrotóxicos, fertilizantes e antibióticos usados no cultivo e na criação de animais. Por exemplo, o agrotóxico lançado sobre a planta ou pasto, atinge o ar, penetra no solo, por vezes atingindo os lençóis freáticos ou sendo levado pela chuva até os rios.
A geração de resíduos está aumentando conforme cresce a atividade agropecuária, esses resíduos vão desde embalagens dos agrotóxicos até fezes dos animais, que devem ter uma destinação específica.
Infelizmente ainda não temos uma política de sustentabilidade bem definida nos processos agropecuários e a fiscalização ainda é bem precária, levando raramente à punição de crimes ambientais.