Alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos, farmácia natural ao seu alcance, qualidade do ar aumentada, redução das ilhas de calor. Em casa, apartamento, escritório, canteiro, praça… As hortas urbanas somam benefícios e multiplicam possibilidades.

Você já pensou em ter uma horta perto de você? Seja no seu bairro, condomínio ou mesmo na sua casa?

Seria uma facilidade tremenda não é? Imagina, andar poucos metros e poder colher chás, temperos, legumes, frutas e verduras direto da terra. Cheias de sabor, frescas e livres ou pelo menos com redução do uso de agrotóxicos…

Essa já é uma realidade em muitas cidades no Brasil e no mundo. O investimento em hortas urbanas tem impactos transversais para as comunidades que as rodeiam. Podemos falar de qualidade do alimento, acesso, disponibilidade de tipos e espécies diferentes, educação em saúde, educação em consciência comunitária, aumento da sociabilidade, melhora da qualidade do ar, melhora da poluição visual, apropriação de espaços urbanos, aumento da qualidade de vida.

O recém momento que vivemos com a questão da pandemia e isolamento social foi um propulsor para mudanças positivas na visão sobre esse tipo de projeto e atitude:

“Parece haver uma correlação positiva entre momentos de crise e uma maior prática de agricultura urbana”, sugere a pesquisadora. “O próprio período de reclusão pelo coronavírus e as subsequentes crises social e econômica acabam incentivando o movimento das pessoas nesse sentido.” (Fonte: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Paisagismo/noticia/2022/03/hortas-urbanas-os-projetos-comunitarios-que-resistem-ate-hoje-no-brasil.html).

E as hortas crescem por aí de diferentes maneiras, e pode ser pelo próprio incentivo das prefeituras, como é o caso do projeto Hortas Cariocas, criado pela prefeitura do Rio de Janeiro, e que tem como objetivo financiar e incentivar a criação de hortas na cidade, pagando os moradores que cuidam do espaço com uma bolsa-auxílio. Este projeto fornece ferramentas, sementes e fertilizantes orgânicos. Uma das hortas financiadas por esse projeto é a Horta de Manguinhos, considerada a maior horta urbana da América Latina. Alimenta mais de 800 famílias e produz aproximadamente 2 toneladas de alimentos orgânicos por mês. Ela promove a transversalidade que citamos acima, aproximando a comunidade, apresentando um estilo de vida diferente do usual, criando novas possibilidades. Infelizmente, o acesso e o cuidado a ela muitas vezes não acontecem pelos próprios conflitos que acontecem entre os moradores.

Outra horta incentivada pelo governo é a Horta Comunitária do Dirceu em Teresina (PI), criada em 1987 como com a intenção de ser uma atividade educativa para adolescentes e crianças, passou a atrair pessoas em situação de desemprego o que viu ali uma possibilidade de renda. O espaço tem cerca de 22 hectares e, em 2017 recebeu o prêmio internacional Cidade Para Pessoas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na categoria mobilidade sustentável.

Outras hortas são criadas e cuidadas pelos moradores da própria região: esse é o caso da horta Girassol em São Sebastião, Distrito Federal. Essa horta surgiu após a morte de uma moradora por hantavirose, uma doença transmitida pelo contato com fezes e urina de ratos, esse ocorrido motivou os vizinhos a transformar um terreno baldio cheio de lixo em uma horta comunitária. Hoje os alimentos vindos dessa horta ajudam cerca de 30 famílias. Há também um trabalho de educação ambiental que ensina sobre técnicas e práticas agroecológicas e de produção e manejo de hortaliças orgânicas.

Em São Paulo, capital, formou-se um grupo chamado Hortelões Urbanos que se conectam pela internet para criar e apoiar hortas urbanas comunitárias. O grupo foi criado em 2011 pelas jornalistas Cláudia Visoni e Tatiana Achcar.

Aos interessados em participar, o grupo divulga os mutirões realizados em São Paulo:

HORTA DAS CORUJAS (próximo à Av. das Corujas, Vila Madalena) – todos os domingos a partir de 10h.

HORTA DO CICLISTA (Av. Paulista entre Bela Cintra e Consolação, canteiro central) – primeiro domingo do mês a partir de 12h.

HORTA DA VILA POMPEIA (Rua Francisco Bayardo, perto da Av. Pompeia) – todo domingo a partir de 11h com café da manhã comunitário.

HORTA DA VILA ANGLO (Praça Antonio Resk, perto da Rua Heitor Penteado) – todo sábado a partir de 10h e terças 9h.

HORTA CCSP (Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro) – último domingo do mês a partir de 9h com café da manhã comunitário.

HORTA COMUNITÁRIA DO PARQUE IPÊ (Rua Marujada, 53, Campo Limpo, perto do ponto final do ônibus Pq Ipê) -mutirões aos sábados a partir das 8:30

HORTA DO IEE USP – Instituto de Energia e Ambiente na Cidade Universitária. Mutirões a cada duas semanas, sempre aos sábados das 9 às 13hs.

HORTA DA NASCENTE- mutirões todos os domingos a partir das 16hs. Na Praça da Nascente-av. Pompeia, 2140, esquina com André Casado.

HORTA COMUNITÁRIA DA SAÚDE (Rua Paracatú, 66, final da Rua das Uvaias, próximo ao Metrô Saúde) – todo segundo domingo do mês a partir de 9h.