Óleos essenciais são milenares, mas estão cada vez mais em alta. Com propriedades terapêuticas, aromáticas e com impactos positivos na nossa saúde, acabamos não pensando se existem impactos ambientais para a produção. Vamos analisar juntos?
Extraídos de plantas, com propriedades terapêuticas, aromáticas e medicinais, as propriedades dos óleos essenciais são indiscutíveis. Promovendo saúde e bem-estar, há aproximadamente 3.000 tipos de óleos, mas podemos ressaltar 300 que são mais populares.
São extraídos de folhas, flores, rizomas, cascas, frutos e raízes, os óleos se encontram em todas as partes da planta, com concentrações diferentes. A extração pode ser feita por destilação por arraste a vapor, prensagem a frio, extração com solventes orgânicos, por dióxido de carbono e a extração a frio, conhecida como “enfloração”, geralmente é feita pela manhã ou ao anoitecer por conta de sua volatilidade.
O Brasil é detentor de uma das maiores e mais ricas biodiversidades e por isso muitas plantas daqui são utilizadas para a produção dos óleos essenciais. Os estados que mais produzem hoje são São Paulo, Minas Gerais e Bahia e destacam-se: a melaleuca, laranja, limão, eucalipto, citronela, menta, cedra, capim-limão, bergamota e lavanda. São feitos principalmente por pequenos produtores.
Mas vale lembrar que ainda existe pouco incentivo governamental e, consequentemente, pouca regulamentação:
“Segundo a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o Brasil possui impasses recorrentes devido ao baixo padrão de qualidade, a falta de representatividade e o escasso investimento no setor. Isso dificulta o interesse do mercado exterior no produto brasileiro” (fonte: https://revistafitos.far.fiocruz.br/)
Quando nos voltamos para a produção, é preciso analisar com calma o cuidado e o manejo das plantas e da diversidade local. Para fazer uma quantidade pequena de óleo essencial é necessário muito material vegetal, por exemplo: são necessários 300 quilos de flores de lavanda para produzir 1 litro de óleo essencial. Sendo que, em um vidro de 10ml há, aproximadamente, 3 quilos de flores de lavanda. Para extrair 1 litro de óleo essencial de alecrim são usados 100 quilos de alecrim. Para 10 ml do óleo de melaleuca são 70 quilos de planta, do gerânio, 500 quilos, para o de jasmim, são necessários 1.000 quilos de flores para extrair 1 litro de óleo essencial. Uma tonelada de madeira produz cerca de 10 kg de óleo essencial de pau-rosa.
Deu pra entender a quantidade versus o produto final?
Além disso, infelizmente, nem todas as plantas são fáceis de encontrar e, algumas, demoram anos para crescer.
“O caso do sândalo é bem significativo: a árvore que produz este óleo essencial demora 30 anos para começar a produzi-lo, o que remete à constatação de que se derrubam árvores de no mínimo 30 anos de existência para a extração de alguns quilos de óleo essencial. Uma verdadeira devastação de matas de sândalo foi realizada para a obtenção do óleo, cometendo-se o crime de assassinar árvores de até 50 anos de existência. Diante da perversidade do ato contra a natureza, na Índia foi declarada proibida a exploração destas árvores, passando a ser feita a extração de árvores similares no Haiti.” (fonte: https://blog.delamerche.com.br/)
Outros impactos ambientais que devem ser levados em consideração: desmatamento de áreas verdes para as plantações e desequilíbrio dos ecossistemas, o alto uso de pesticidas e herbicidas nas plantações, que causa impactos significativos para a nossa saúde e contamina o solo e a água e o consumo de energia e de água para a produção. Por isso, uma possibilidade é comprar óleos essenciais com o selo “Orgânico”, que são poucos, mas cada vez mais frequentes. Uma dica é a “WNF – Óleos Essenciais”, empresa nacional, pioneira na extração e comercialização de óleos essenciais no Brasil, oferece alguns óleos orgânicos e possui o selo ESG (Environmental, Social, Governance).
Nesse contexto, podemos mencionar possibilidades de melhora dos impactos através do uso de fertilizantes orgânicos e controle natural de pragas, tecnologia aplicada no plantio, colheita e produção, com equipamentos eficientes que ajudam na economia de energia e de água!
Por isso os óleos devem ser respeitados, bem aproveitados e bem armazenados, para que possam ser usados em sua totalidade. Isso também é consciência ambiental. Seguir indicações terapêuticas com profissional qualificado também te ajuda a selecionar o que você realmente precisa adquirir, considerando custo-benefício e os melhores efeitos sobre a sua saúde e bem-estar. E última dica – mas não menos importante – sempre pesquise a história por trás dos fabricantes e entenda quais são suas boas práticas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
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Fontes:
https://www.conhecer.org.br/enciclop/2010b/oleos.pdf
https://umavidasemlixo.com/2021/01/por-que-eu-parei-de-usar-oleos-essenciais-pra-quase-tudo/
https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/1203/1019
https://blog.useorganico.com.br/oleos-essenciais-e-sustentabilidade/
https://blog.delamerche.com.br/preocupacao-com-nao-sustentabilidade-dos-oleos-essenciais/