Quantas vezes você usou papel higiênico essa semana? Não dá pra se iludir… esse é um item muito presente em nosso dia a dia. Mas, afinal, o quanto será que ele impacta o meio ambiente?
Em todo o mundo, 42 milhões de toneladas de papel higiênico são usados todos os anos. São cerca de 184 milhões de rolos ou 22 bilhões de quilômetros de papel higiênico que, se espalhados, cobririam uma área de 2,2 milhões de quilômetros quadrados – o equivalente a dar a volta ao planeta a cada 10 minutos, ou viajar até o sol e voltar a cada 7 dias. Essa quantidade toda aí pode cobrir uma área quase 3 vezes o tamanho da França a cada ano. (Fonte: https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/o-papel-higienico-esta-literalmente-sujando-o-meio-ambiente/)
Isso porque precisamos pensar que claramente a realidade de muitas pessoas não é semelhante à nossa, e devemos considerar que existem famílias sem acesso ao papel higiênico, principalmente em comunidades carentes e sem boas condições sanitárias.
Mas, vamos pensar nessa cadeia de produção desde a sua origem… Você sabia que a fonte principal do papel higiênico é o eucalipto, e que pode ser feito de bambu ou palha? Para a fabricação é necessário usar fibra virgem de madeira, um produto “ecologicamente destrutivo” de acordo com o NRDC (Natural Resources Defense Council, grupo ambiental internacional sem fins lucrativos fundado, em 1970.), uma vez que são necessários muitos e muitos produtos químicos, principalmente para branquear essa fibra. De acordo com o site green me, na fabricação do papel higiênico de fibra virgem, é gerado uma quantidade de carbono três vezes maior que a produzida por outros tipos de celulose, segundo o relatório NRDC e Stand.earth. Fora que a produção de um único rolo de papel higiênico utiliza 37 litros de água! Bastante, não é mesmo?
E então, o papel chega no mercado para ser vendido, você compra e leva até a sua casa. Você usa uma única vez e joga no lixo, uso após uso no banheiro, gerando uma quantidade considerável de resíduos, que será descartado junto ao restante do lixo não reciclável. Importante lembrar que a privada não é recomendada como forma de descarte do papel, pois o sistema de esgoto do Brasil não comporta esse tipo de material, podendo causar entupimentos.
Mas a pergunta mais importante é: tem como minimizar esse impacto, afinal?
E a resposta é que sim, podemos minimizar os impactos e contribuir com o planeta.
Confira abaixo algumas alternativas e lembre-se: você não precisa ser radical e abolir o papel higiênico da sua casa, mas pode optar por incluir outras formas de higiene na rotina!
- Atente-se a quantidade que você usa. Se você compra papel higiênico com folha dupla ou tripla, use uma quantidade menor.
- É importante dobrar o papel de forma harmoniosa para que aumente a superfície de contato e não fazer um bolinho com o papel, onde grande parte dele não será utilizado.
- Antigamente, em algumas casas, tinha o bidê, um tipo de vaso sanitário que servia somente para a higienizar com água. Hoje, por conta dos espaços cada vez menores, o bidê deu lugar às duchas higiênicas, que entra aqui como uma boa opção de higiene, é mais saudável, além de ser uma forma mais sustentável e ecológica.
E olha que interessante esses dados do site ecycle:
“De acordo com Bill Worrel, gerente da Autoridade de Gerenciamento de Resíduos Integrados do Condado de San Luis Obispo, na Califórnia, nos EUA, se o papel higiênico fosse substituído pela água na higienização, o consumo de produtos de papel poderia ser reduzido de 50% a 90%… se essa medida fosse adotada somente nos EUA, por exemplo, haveria redução de desmatamento de 54 milhões de árvores por ano. A economia também seria de água, pois para produzir cada rolo são utilizados em média 140 litros de água. E o americano médio usa 57 folhas de papel higiênico por dia – cerca de 3,7 litros de água por dia, apenas para o processo de fabricação. Isso se compara a cerca 0,01 litro de água se fossem utilizadas apenas duchas na hora da higienização, um ganho significativo.Em relação às vantagens à saúde, Rose George, autora de The Big Necessity: The Unmentionableas, afirma que houve diminuição na ocorrência de doenças de origem fecal principalmente em países em desenvolvimento em que a cultura de higienização é úmida, ou seja, que utiliza água na higienização. De acordo com Rose, é ilógico utilizar algo seco para limpar a parte mais suja de nosso corpo quando utilizamos água para limpar todo o resto.”
- Outra opção é trocar o papel higiênico comum para o papel higiênico reciclável. Ele tem um impacto bem menor na fabricação, utiliza menos água, economiza madeira e também não polui tanto o ar como na fabricação do papel higiênico comum. Porém, Um estudo publicado pela Environmental Science & Technology mostrou que muitos produtos de papel reciclado, entre eles o papel higiênico, podem ser contaminados com bisfenol, substância que atua como disruptor endócrino e têm sido associada a problemas de câncer, diabetes, fígado, tireoide e defeitos congênitos, doenças cardíacas, entre outros.
- Uma outra opção é o papel higiênico sustentável. No Brasil, a empresa Companhia Paduana de Papéis (Copapa), do Rio de Janeiro apostou na fabricação de um papel higiênico sustentável em todos os seus processos. Batizado de “Carinho Eco Green”, o papel higiênico apresenta embalagem e rolinho compostáveis: o plástico da embalagem é feito à base de milho e o tubete com cola à base de fécula de mandioca e água, que viram adubo quando descartados junto a resíduos orgânicos em locais próprios para compostagem. O papel possui folha dupla, é suave ao toque e possui alto grau de absorção.”
Leia mais em https://www.noticiasustentavel.com.br/papel-higienico-sustentavel/
Essas são algumas alternativas que você pode ter para aumentar ainda mais o cuidado com o meio ambiente no seu dia a dia e usar o papel higiênico de forma mais consciente!