Programa Educação da Play Recycling

O assunto reciclagem é urgente para o bem estar do planeta, entretanto ainda é tratado como secundário ou ignorado por muitas pessoas, seja por não reconhecer sua importância ou por não saber como inserir este hábito em seu dia-a-dia. Nós criamos o Programa como forma de incentivar a reciclagem plástica por meio da educação. Através de métodos criados pela nossa equipe, Alice (pedagoga) e Roberta (professora), conseguimos atender escolas e empresas. Nosso principal foco é a conscientização ambiental principalmente para as novas gerações.

Muitos tem curiosidade sobre como foi o processo de começarmos o nosso programa, e como foram as primeiras experiências assim que implementamos ele em algumas escolas. Por isso, hoje vamos compartilhar com vocês uma entrevista que fizemos com nossa pedagoga Alice e professora Roberta.

 

1. Como surgiu a ideia da construção de um Programa interdisciplinar sobre meio ambiente? 

Roberta – Surgiu do entendimento que não podemos esperar nem mais um minuto para começar a mudar o nosso posicionamento em relação ao meio ambiente. Se continuarmos no ritmo que estamos, não haverá um planeta saudável para os nossos filhos e netos. Para mudar isso, investimos na educação ambiental das nossas crianças, pois caberá a elas a responsabilidade de mudar o futuro, para elas mesmas. Sendo assim, pensamos em introduzir nas escolas a educação ambiental, como parte da formação mesmo. Dessa forma, ela pode ser abordada como uma matéria específica, mas também ser aplicada, reaplicada e reforçada de forma contínua e multidisciplinar dentro do currículo escolar vigente.

2. Pensando pedagogicamente, como implementação do BNCC impactou na rotina dos educadores?

Alice – A BNCC é um documento fundamental para a prática pedagógica, pois funciona como um importante instrumento para auxiliar a pessoa educadora na qualidade das aulas, na otimização do seu tempo e nos recursos a serem utilizados. Facilitando assim, o trabalho em várias dimensões (contribuindo para a evolução global da criança) do conhecimento e da prática pedagógica. Entre alguns desses benefícios da implementação da BNCC nos planos de aula, temos: nortear as ações da pessoa educadora para a efetiva abordagem dos assuntos que precisam ser contemplados em cada etapa de aprendizagem e colocar crianças e pessoas educadoras em contato com as competências e habilidades inerentes do século XXI, ao estimular e ampliar a inovação, a criatividade, a investigação e o uso de novas tecnologias.

3. Ainda na rotina do educador, na experiência de vocês, sentem que falta espaço para assuntos práticos do dia a dia e atualizações? 

Roberta – Sim. É muito difícil para o educador trazer mais e mais assuntos para a sala de aula sem atrapalhar a rotina escolar. São muitas horas de pesquisa e requer adaptação do conteúdo para a linguagem de cada faixa etária, além da criação de elementos lúdicos que encaixem novos temas dentro do dia a dia de sala de aula. Quanto às atualizações, no caso da educação ambiental especificamente, elas são diversas e constantes. A cada dia, pesquisadores descobrem uma nova forma de reutilização, reciclagem ou produção que favoreça o meio ambiente. É um trabalho permanente de pesquisa e adaptação.

4. Como um roteiro semanal pode ajudar na solução das tarefas dos educadores?

Alice – Um dos grandes méritos do roteiro semanal está no fato de que foram feitos por pessoas educadoras para pessoas educadoras que tem como principal objetivo estruturar o planejamento das aulas tendo em mente que não existe uma única maneira de ensinar e de aprender. Assim, nos planos de aula há espaço para contextualização a partir do território e cultura local e, sobretudo, para a participação das crianças na construção do conhecimento. Ainda nesta perspectiva, o roteiro auxilia na otimização do tempo da pessoa educadora, trazendo em si os recursos que serão utilizados, os objetivos a serem alcançados e as atividades que poderão ser propostas. O papel da pessoa educadora é o de construir um vínculo estável e de confiança com as crianças garantindo a aprendizagem por meio das múltiplas linguagens, promovendo experiências provocadoras. Para tanto, a pessoa educadora deve instigar a curiosidade e investigação das crianças, trazendo ações para que seus alunos sigam em busca de conhecimento.

5. O que foi trazido da experiência da Play Recycling dentro das escolas na elaboração do Programa? Existe um caso ou uma história que possa ser compartilhado?

Roberta – A necessidade de adequação à rotina escolar foi o que teve o maior peso na elaboração do programa. Nossa experiência em escolas, de forma esporádica, em forma de dinâmicas ou aulas em grupo foi determinante para isso. Primeiro, era sempre complicado para a direção da escola conseguir ajustar os horários de cada turma para a realização de atividades independentes, ou juntá-las para uma dinâmica que envolvesse vários segmentos ao mesmo tempo. Como a grade curricular já é fixada no início do ano, seguindo todas as diretrizes do MEC e a BNCC, fica muito difícil abrir esse tipo de espaço com a frequência que julgamos necessária para uma educação ambiental de qualidade e para que as crianças absorvam o conteúdo apresentado a elas. É preciso reforço, rotina e diversão, principalmente para os alunos da Educação Infantil. Além disso, as próprias crianças cobravam que estivéssemos mais presentes na escola! Elas amam a educação ambiental, nossas trocas de experiências são riquíssimas e ela ainda ensinam seus pais. É lindo de se ver! Com a educação ambiental presente na escola de forma permanente, podemos consolidar os laços entre os alunos e a preservação do meio ambiente.

 

Nós ficamos muito felizes de ver o quanto o nosso programa tem impactado tantas pessoas. Queremos construir um mundo melhor para os nossos filhos, e conscientiza-los para que continuem a essa trajetória com as futuras gerações.

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